(Foto: Vitoria TV)
Policiais civis prenderam, ontem, em Lucas do Rio Verde, um homem procurado há dois anos pela Polícia Civil de Goiás pelo estupro cometido contra a própria filha. À época do crime, a vítima tinha 13 anos.
Após troca de informações entre a Polícia Civil de Rio Verde (GO) e a Delegacia de Lucas, os investigadores conseguiram localizar o autor do crime, que usava documento falso. Depois de formalizar a prisão, ele foi encaminhado para uma unidade prisional.
Em 2019, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Rio Verde representou pela prisão preventiva do suspeito, após as investigações indicarem o estupro cometido pelo suspeito, contra a própria filha, de 13 anos.
Antes de denunciar o crime à polícia, a vítima pediu ajuda às tias. O investigado tomou conhecimento de que a adolescente havia relatado os abusos e a ameaçou de morte. Depois, fugiu da cidade.
O mandado de prisão foi expedido pelo Poder Judiciário de Rio Verde e, desde então, a Polícia Civil do município realizou diligências para a localização do investigado.
Redação Só Notícias (foto: Só Notícias/Lucas Torres/arquivo)
Cratera avança e ameaça engolir trecho de BR em Valparaíso (GO)
Uma cratera de 500 metros de extensão avança sobre a BR-040, em Valparaíso de Goiás, cidade do Entorno do Distrito Federal, e preocupa moradores. A erosão existe há 30 anos, mas triplicou de tamanho nos últimos cinco. Com o início da estação chuvosa, porém, gestores ambientais alertam para o perigo de a voçoroca engolir um trecho da rodovia.
A voçoroca fica localizada no bairro Esplanada III, na divisa de Goiás com o Distrito Federal. Imagens feitas com um drone em 29 de outubro mostram a dimensão do problema. É possível ver que a erosão fica a poucos metros da via marginal da rodovia e que uma das bordas, de aproximadamente 2 metros quadrados, está prestes a desabar, o que pode acontecer com a próxima chuva.
A imagem foi captada pela gestora ambiental Paloma Ludmyla Morais de Medeiros, que acompanha o avanço da cratera desde 2016. Ela explica que a falta de drenagem e impermeabilização do solo e a supressão da vegetação aceleram o avanço da voçoroca.
“A erosão cresce em uma proporção assustadora e pode dobrar de tamanho em cinco anos”, alerta. Segundo a pesquisadora, de 2002 a 2015 houve um avanço menor da erosão em relação ao observado entre 2016 e 2019.
“É desanimador saber que os agentes públicos não estão interessados em resolver esse caso. Não é possível dizer quando vai ocorrer, mas, se não houver obras que direcionem o fluxo da água, é possível que a cratera chegue até a rodovia”, diz a especialista, que é pós-graduanda em Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística na Universidade de Brasília (UnB).
A realização de obras de infraestrutura também é a solução apontada pelo professor de planejamento ambiental da UnB Antônio Nobre. Ele explica que a voçoroca funciona como uma cachoeira artificial e que o local precisa de obras urgentes para frear o avanço da erosão.
“A primeira coisa a fazer é uma obra para que a água seja conduzida de tal maneira que não continue erodindo a cabeceira da voçoroca. Essa e outras medidas de curtíssimo prazo precisam ser feitas com urgência para constranger a cabeceira da erosão”, comenta.
O professor chama atenção ainda para a necessidade de elaboração de um planejamento ambiental, já que a cidade do Entorno cresceu desordenadamente, sobretudo nos últimos dez anos, e tem atualmente uma das maiores densidades demográficas do estado de Goiás: 2.165 habitantes por quilômetro quadrado. Esta é cinco vezes a densidade demográfica do Distrito Federal, que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 444 habitantes por quilômetro quadrado.
“O desmatamento e a urbanização de Valparaíso de Goiás, associados ao aumento de áreas impermeabilizadas, são as causas da erosão. Essa área não tem nenhum manejo de drenagem, a água desce com muita força e encontra na voçoroca um ponto de deságue”, explica.
Responsabilidade
Apesar dos alertas constantes dos especialistas, a questão parece estar longe de ser solucionada. Em 2015, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu o isolamento e o monitoramento da erosão, determinando ainda a identificação ostensiva de que se trata de uma área de risco.
Entre os pedidos liminares é exigido também que seja elaborado e executado um projeto de recuperação de área degradada. Esse projeto deveria contemplar a contenção do processo erosivo, a adequação da descarga de água da chuva e a recomposição do corpo hídrico.
A Prefeitura de Valparaíso de Goiás chegou a realizar um Estudo de Diagnóstico Ambiental para a recuperação da área e implementação de um parque de 50 mil metros quadrados. O local onde o bosque seria implementado foi anunciado pelo governo municipal em 2015. No entanto, o estudo nunca saiu do papel e a placa com as informações sobre a obra foi retirada no mesmo ano. Em vez disso, a prefeitura autorizou a construção de um shopping na vizinhança da voçoroca.
Segundo a Superintendência Regional de Goiás do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit-GO), os assuntos referentes à BR-040 devem ser encaminhados à concessionária que administra a rodovia, atualmente a Via 040. Já a administradora alega que a erosão está fora de sua faixa de domínio, que é de 40 metros a partir do eixo da pista, e atribui a reparação dos danos ambientais da área aos donos do terreno.