(Foto: Vitoria TV)
A Polícia Federal enviou para o Superior Tribunal da Justiça (STJ) um pedido de prisão contra o padre Robson de Oliveira. O religioso era investigado por suspeita de desvio de dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Trindade, na Região Metropolitana da capital, mas toda apuração foi suspensa por decisão judicial.
A defesa do padre disse que os fatos usados para fazer o pedido são antigos e que não existe justificativa para a prisão. Além disso, foi feita uma representação contra a solicitação da Polícia Federal.
A investigação contra o padre Robson de Oliveira começou quando ele ainda era reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno
Investigação de desvio de dinheiro
Segundo as investigações do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o padre Robson, então reitor da Afipe, que administra o Santuário Basílica de Trindade, usou dinheiro doado por fieis para comprar fazendas, casa na praia e até um avião. Ao todo, o prejuízo para a associação chegaria a mais de R$ 100 milhões.
No entanto, em maio deste ano, a investigação foi bloqueada pelo próprio STJ. À época, o desembargador Olindo Menezes considerou que as provas usadas pelo Ministério Público durante a operação foram compartilhadas de maneira ilegal de outra apuração.
O MP informou, na noite de quinta-feira (18), que recorreu da decisão e que aguarda o julgamento do recurso pelo STJ.
Entenda a operação do MP
A Operação Vendilhões surgiu após uma investigação que apurou uma série de extorsões feitas por hackers contra o padre para que um suposto relacionamento amoroso dele não fosse divulgado. Ao todo o padre pagou R$ 2,9 milhões com dinheiro da Associação dos Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe) em troca do arquivamento das mídias.
Segundo a decisão do STJ, os dados dessa investigação foram compartilhados, tendo sido “ilegalmente utilizados pelo Ministério Público para iniciar a persecução”.Operação Vendilhões
O Ministério Publico cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao padre Robson em agosto de 2020. De acordo com as investigações, as associações criadas pelo religioso movimentaram cercar de R$ 2 bilhões em dez anos.
Os valores deveriam ter sido usados na construção da nova Basílica de Trindade. Porém, foram usados para outros fins, como a compra de imóveis e empresas, segundo os promotores.
Em dezembro de 2020, padre Robson e outras 17 pessoas foram denunciadas por organização criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Porém, o processo foi bloqueado pela Justiça. g1