(Foto: Conselho Tutelar/Divulgação)
A Polícia Civil indiciou a madrasta e o pai por tortura contra menina a de 4 anos que foi achada com ferimentos em várias partes do corpo e o braço quebrado, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A criança ficou internada por 13 dias e teve de passar por duas cirurgias no braço.
Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, o g1 não conseguiu localizar a defesa deles para que se posicionasse sobre o caso.
A menina teve alta do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) na tarde de quarta-feira (29), em Goiânia. De acordo com o Conselho Tutelar, que acompanha o caso, ela foi levada para a avó materna, já que a mãe dela morreu quatro meses antes do caso.
“O Conselho Tutelar protocolou uma medida protetiva em favor da criança na Promotoria da Infância e Juventude, onde o promotor deu favorável a guarda provisória para a avó materna, aceita pela Justiça”, disse a conselheira Élita Arantes.
A conselheira Élita Arantes contou que a menina foi recebida com "festa" pela família materna. Ela ganhou vários brinquedos das Conselheiras Tutelares da Regional Vila Brasília, da equipe de profissionais do HUGOL e também da família que esperava por sua chegada. A criança está bem e vai seguir com o tratamento no braço em casa, tendo retorno médico na próxima semana.
"Mesmo sabendo que ainda será um processo de cura, tanto física quanto psicológica, meu maior desejo é que esta pequenina, a partir de agora, possa ter dias repletos de muito amor, respeito, dignidade, carinho e cuidado", disse a conselheira.
Prisão
A denúncia de agressão foi feita pelo próprio pai da criança à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), no dia 16 de setembro, após a irmã dele o alertar sobre os machucados.
No entanto, de acordo com a delegada Bruna Coelho, enquanto o homem acusava a companheira de agredir a menina, a madrasta o acusou do mesmo. Assim, ambos acabaram presos.
Os dois foram indiciados pelo crime de tortura, no final da semana passada, que prevê detenção de dois a oito anos. Eles seguiam presos no Complexo Prisional da cidade até a tarde desta quinta-feira (30).
Mãe lutava pela guarda
A mãe da menina lutava pela guarda dela na Justiça antes de morrer, conforme informou o viúvo dela, que preferiu não se identificar. Ele contou que, em fevereiro deste ano, o pai da criança a buscou na casa da mãe e nunca mais a entregou.
Ele denunciou que, desde então, passou a receber ligações de vizinhos alertando que a menina estava sendo agredida pelo pai. O g1 teve acesso ao áudio que teria sido enviado pelo morador à mãe (ouça acima).
“Outra moradora me ligou e falou que a [madrasta] estava batendo naquela menina. Está batendo, e ela dizendo que ‘minha mãe não fazia isso’. Pediu para não bater. Não sei como é você com sua filha, te vi aquele dia, não te conheço, mas também não concordo com a maneira que acontece. Seu ex, o pai da criança, não é uma pessoa que me inspira confiança”, disse o morador na gravação.
Ele contou ainda que a mãe da menina sofria muito com a situação e tentava, na Justiça, conseguir a guarda dela, mas que acabou morrendo quatro meses antes de o pai e a madrasta serem presos.