(Foto: Vitoria TV)
Mário Vilela prestou depoimento à Polícia Civil. Wellington Oliveira, de 27 anos, morreu esmagado pelo concreto, que pesa 1 tonelada.
"Não é função da secretaria de infraestrutura fazer essas manutenções. Não temos orçamento para isso", disse Mário Vilela, em entrevista.O g1 questionou a Prefeitura de Aparecida sobre qual órgão é responsável pelas manutenções, uma vez que a Seinfra afirma não ter essa responsabilidade, e aguarda retorno.De acordo com apuração da repórter Ludmilla Rodrigues, da TV Anhanguera, o secretário chegou acompanhado de sua advogada para falar com a polícia em um depoimento que durou cerca de 40 minutos.Apesar de um relatório da Defesa Civil de Aparecida de Goiânia sobre a situação das paradas de ônibus ter sido recebido e assinado pelo gabinete do prefeito da cidade, Vilmar Mariano (Patriota), em 31 de outubro de 2022, o secretário também afirmou em entrevista que a pasta não foi notificada.
"Não tenho [conhecimento sobre isso], porque não tem orçamento para isso. Não fomos notificados dessa função", complementou.
O g1 ainda questionou a prefeitura de Aparecida de Goiânia sobre a alegação de a Secretaria de Infraestrutura não ter sido notificada sobre a necessidade de reforma dos pontos de ônibus, mesmo com a entrega do relatório no gabinete do prefeito da cidade, mas não obteve retorno. A reportagem ainda contatou a Defesa Civil para um posicionamento sobre o que foi alegado pela pasta e aguarda retorno.Um vídeo gravado por câmeras de segurança flagrou o momento em que o ajudante de pedreiro Wellington Oliveira, de 27 anos, tenta segurar o ponto de ônibus que o esmagou, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. O acidente ocorreu na manhã da quarta-feira (9), já o velório de Wellington foi realizado na tarde do mesmo dia.
No vídeo, é possível ver que a estrutura de concreto começa a desabar no momento em que a vítima saiu do carro na companhia de um colega. Assim que Wellington percebe que o ponto está caindo, ele tenta segurá-lo, mas não consegue e é derrubado. O homem que estava do seu lado conseguiu sair ileso. A ação levou menos de 10 segundos, conforme mostra o vídeo.
Morte poderia ter sido evitada
A morte de Welington poderia ter sido evitada se um dos 11 orgãos ligados ao transporte coletivo tivesse dado atenção a uma denúncia da Defesa Civil de Aparecida de Goiânia. Inicialmente, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia informou que a responsabilidade de manutenção dos pontos era da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC). Já a companhia disse que a responsabilidade é do município.
Em nota atualizada na tarde de quinta-feira (9), a prefeitura da cidade disse que lamenta profundamente o fato e que toda assistência à família foi prestada por meio da empresa no qual o Wellington trabalhava. Ela também informou que começou na quinta-feira (9), uma nova avaliação da qualidade dos pontos, interditando os que estão em condições precárias. E que, mesmo antes deste fato, já buscava solução para esse impasse.
A prefeiura ainda ressaltou que a Procuradoria Geral do Município, propôs à CMTC, durante reunião em janeiro, que a responsabilidade pelos abrigos ficasse com o Consórcio RedeMob. Desta forma, as prefeituras e o governo estadual estariam financiando a manutenção e implantação dos abrigos, por meio do repasse do subsídio do transporte coletivo. Em nota na quarta-feira (8), conforme uma resolução de 2018, a CMTC informou que a manutenção, realocação e instalação dos pontos de ônibus são de responsabilidade das prefeituras.
A Polícia Civil (PC) informou que vai intimar representantes da Prefeitura de Aparecida e da CMTC para apontar de quem era a responsabilidade pela manutenção e troca de pontos de ônibus.Por Gabriela Macêdo, g1 Goiás
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