(Foto: Arquivo pessoal)
Após 12 anos sem notícias de Mayra Silva Paula, a família pede ajuda para retomar a investigação sobre o desaparecimento da jovem, que estava grávida e sumiu em Goiânia. À época, ela estudava enfermagem e tinha 20 anos. O caso foi investigado pela Polícia Federal, mas foi arquivado pela Procuradoria-Geral da República, por falta de provas.
Mãe de Mayra, Edlamar Rosário da Silva Oliveira, de 55 anos, mora em Nova Glória, na região norte de Goiás. Ela conta que a dor de não ver a filha há mais de uma década é insuperável e cobra respostas das autoridades policiais diante da falta de respostas.
“A polícia fez as investigações, mas não a encontrou nem viva nem morta. Sempre peço para que quem souber se algo, me fale. Para Deus, nada é difícil”, conta a mãe.
Desaparecimento em 2009
O desaparecimento de Mayra foi registrado por meio de um boletim de ocorrência em julho de 2009. A estudante de enfermagem morava em um apartamento no Setor Vila Maria José, em Goiânia.
Ela estava terminando um dos períodos da faculdade e iria passar as férias na casa da mãe, em Nova Glória. Segundo Edlamar, ela arrumou as malas para viajar com o namorado, que era policial militar.
“O namorado chegou na cidade e falou que não sabia dela. Descobri um exame informando que ela estava grávida. De 2009 para cá não temos nenhuma notícia dela. Investigaram bastante tempo, mas nunca terminaram o caso”, contou Edlamar.
Investigação
Segundo o advogado da família, Breyder Ferreira, o caso foi investigado pela Delegacia de Homicídios de Goiânia e, depois, encaminhado para a Polícia Federal, por suspeita de que a jovem estaria em Portugal, vítima do crime de tráfico de pessoas.
“Ocorre que, após algumas investigações da Procuradoria da República em conjunto com a Polícia Federal concluíram que ela não tinha saído do país e decidiram por encerrar o caso”, explicou o advogado.
Ainda de acordo com a defesa, o então namorado de Mayra era suspeito do desaparecimento, já que ela estava grávida e que o veículo dele foi visto próximo à casa da jovem no dia em que ela sumiu.
O g1 não conseguiu localizar a defesa do namorado para que ele se posicionasse sobre o caso.
A família tenta fazer com que as investigações voltem para a Polícia Civil, para que o caso não fique se resposta. Para isso é necessário que a procuradoria libere uma documentação autorizando a retomada do caso pela esfera estadual. O advogado conta que entrou com um requerimento para conseguir a liberação, mas o pedido não foi aceito.
“Foi negado pela Procuradora da República e a investigação foi encerrada sem conclusão (apenas de que não havia crime da competência federal)”, concluiu Breyder.
Ao g1, a Polícia Civil informou que, só repassa informações de inquéritos policiais que se encontram em tramitação na esfera estadual. Como o caso foi encaminhado à Justiça Federal, somente eles podem informar a respeito do arquivamento.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Federal, por e-mail, às 9h50 desta segunda-feira (4), a fim de saber quais conclusões que constam nas investigações à época e se houve a suspeita algum outro crime, mas não houve resposta até a última atualização desta reportagem.
O g1 também solicitou um posicionamento para a Procuradoria-Geral em Goiás, por e-mail, às 10h30 de segunda-feira, para saber o por que do arquivamento do caso, e aguarda retorno.